domingo, 7 de dezembro de 2025

Estudo expositivo em Romanos – Ensinamento 31. Capítulo14:13-23.

 

IGREJA BATISTA BÍBLICA

FUNDAMENTALISTA DE ESPERANÇA-PB




Romanos 14:13. Não pôr em tropeço ou escândalo ao irmão. Em muitas situações, o irmão que se sente mais forte age de forma errônea, com isso, retarda o desenvolvimento daquele que está mais fraco ou ainda é menino na fé. A assembleia local (corpo de Cristo) deve funcionar com todas as juntas fazendo a justa operação, ou seja, o mais forte diante da conjectura bíblica, deve aconselhar e admoestar o irmão mais fraco (Ef. 4: 12 e 16). Uma das formas que o crente maduro tem de edificar e aperfeiçoar os demais é evitar o escândalo (I Co. 10:32 e Lc. 17:1-2).

Romanos 14:14. Nada é imundo em si mesmo. Nada que comemos pode ser considerado imundo, o próprio Senhor em Seu ministério terreno, ensinou que a distinção entre comida cerimonialmente limpa e impura havia terminado (Mc. 7:15-23). Paulo afirma, com plena certeza fundamentada no Senhor Jesus, que nenhum alimento é impuro por natureza para o cristão (I Tm. 4:4). Na prática, não existem alimentos intrinsecamente proibidos. Essa verdade amplia o ensino anterior de Paulo: tudo aquilo que a Bíblia não condena claramente é permitido aos crentes, desde que seja usado com gratidão e bom senso diante de Deus. . Porém, muitos dos irmãos não compreenderam assim e insistiam em fazer diferença entre alimentos imundos e alimentos puros. Vejam bem, a imundícia não é decorrência dos objetos ou alimentos, e sim das mentes dos impuros (Mt 12:34-35 e Mt. 15:18-19).

Romanos 14:15-16. Não destrua o irmão através do escândalo. Paulo volta-se agora para aqueles que, confiantes em sua liberdade em Cristo, acabam agindo sem sensibilidade para com irmãos cuja consciência é mais frágil. Ele declara que não é possível desfrutar dessa liberdade e, ao mesmo tempo, afirmar que se ama o próximo. De forma profunda, Paulo nos lembra que não devemos permitir que algo tão passageiro quanto a comida cause prejuízo espiritual a alguém por quem Cristo derramou Seu precioso sangue. O crente sabe, como vimos no versículo anterior, que não há nenhum tipo de impureza nos alimentos. Mas, devido à possibilidade de pormos um irmão em tristeza, por causa da nossa ação, devemos evitar comidas que sabemos que são sacrificadas a ídolos em cerimônias satânicas (I Co. 10:27-30). A nossa conduta pode ser a causa da destruição moral do irmão. Lembre-se, o amor para com os irmãos requer sacrifícios (I Co. 8:13). Na passagem, Paulo usa o verbo destruir no imperativo presente “destruas” e isso é importante. Esse tempo verbal aponta para algo temporário, não definitivo. Se ele tivesse usado o aoristo (tempo verbal do grego koinê), a língua em que o Novo Testamento foi escrito. Representaria uma ação completa, vista como um todo, sem indicar se ela é contínua, repetida ou duradoura. Assim sendo, o assunto aqui tratado não é a condenação eterna, mas de um impacto momentâneo na vida espiritual do irmão mais fraco.

Romanos 14:17-18. O reino de Deus não é só comida e bebida. Paulo refere-se ao fato de que o reino de Deus não é alcançado por meio de obras ou comportamento do homem, e sim pela perfeita justiça imputada aos salvos pela fé. Não é a comida que nos faz agradáveis a Deus (I Co. 8:8-9) e sim nos tornamos agradáveis ao Pai pela ação do Filho (Ef. 1:5-7). Quando cremos e recebemos a doutrina de coração, buscamos de forma natural andar dignamente, sabendo que somos participantes da herança dos santos, pois Deus nos fez idôneos (capaz, habilitado, apto) para isso (Cl. 1:10-12).

Romanos 14:19-21 O crente deve seguir as coisas que servem para a edificação. A liberdade dos crentes, advinda da graça de Cristo, permite que o mesmo faça qualquer coisa. Mas, ao mesmo tempo que somos livres, devemos buscar apenas aquelas coisas que edificam e não nos deixar dominar pelas demais (I Co. 6:12). A edificação é a base estrutural da vida espiritual do crente. A salvação é um ato, porém a edificação é um processo com diversas fases, por isso mesmo, é de suma importância a mútua edificação entre os crentes (Jd.1:20-21). Às vezes é necessário, em determinados momentos, renunciarmos a algo que, aos nossos olhos, não causaria mal nenhum, em troca do bem-estar e edificação do irmão (I Tes. 5:11). Nunca devemos achar que somos indestrutíveis, pelo contrário, necessitamos estar atentos para não cairmos e magoarmos o nosso irmão. (I Co. 10:12). A liberdade do crente NÃO é o direito de fazer o que queremos, mas a capacidade de fazer o que devemos. (I Co. 10:23).

Romanos 14:22. Bem-aventurado aquele que não se condena a si mesmo. O apóstolo não está falando da “fé para salvação, mas em decidir sobre coisas em que a Bíblia não tem instrução explícita estendendo-se aos da atual dispensação das assembleias locais” (comentário de Hélio Menezes na LTT). Quando estamos enraizados nos ensinamentos bíblicos e cremos literalmente nestes ensinamentos, sabemos que até mesmo se o nosso coração nos condena, maior é Deus do que o nosso coração (I Jo.3:20-21). A Palavra de Deus deve habita abundantemente na vida do crente. Faça sempre a si mesmo essa pergunta: O meu caminhar glorifica a Deus? (Cl. 3:16-17).

Romanos 14:23. Tudo que não é de fé é pecado. Temos aqui o contraste do versículo 22, quando fazemos algum em dúvida, não estamos fortalecidos na fé e o simples fato de duvidar, já é pecado. A condenação aqui citada não é a eterna, pois não há mais condenação para aqueles que estão em Cristo Jesus (Ro. 8:1), refere-se a imputação da disciplina, por parte de Deus para com os Seus filhos (Hb. 12:6-8). Este fato, a dúvida aplica-se não apenas ao comer e sim a qualquer outro motivo que o crente faça sem fé. Afinal o justo viverá pela fé (Ro. 1:17).

Pastor Walter Costa.

Referências Bíblicas: Somente use Bíblias traduzidas do Texto Tradicional (aquele perfeitamente preserva­do por Deus em ininterrupto uso por crentes fiéis): LTT (Bíblia Literal do Texto Tradicional, ACF ou BKJ-1611.

Aplicado na IBBF Esperança-PB, 07 de Dezembro de 2025.